sexta-feira, 10 de julho de 2015

Inibir a proliferação celular

Os seres humanos, assim como outros mamíferos, são feitos de células. As células de nosso corpo crescem e se dividem num processo proliferação desde o início de nossas vidas até o último suspiro. Sabe-se que existem diversos mecanismos de controle deste processo. A importância desse controle se dá a medida que as células proliferam e diferenciam em células especializadas para formar nossos órgão, como o cérebro, células do sangue e da pele. Eventualmente, um grupo de células foge desse controle e começa a proliferar indefinidamente. Isso é o que nós chamamos de câncer. 

O contato entre as células em crescimento e divisão gera uma restrição mecânica que serve de controle para a proliferação. Eventualmente, pode surgir dentro de nossos tecidos, um grupo de células capazes de ultrapassar essa restrição mecânica e assim proliferar indefinidamente. Descrever esse fenômeno nos auxilia a encontrar características únicas na proliferação de cada tipo celular.
Células em cultura foram fixadas e marcadas com o núcleo (azul) e proteína de membrana no contato célula-célula, e-caderina (vermelho). Melanoma metastático cercado por células de queratinócitos, não expressa e-caderina. Como as células de melanoma proliferam indefinidamente, apesar das restrições mecânicas impostas pelas céluals normais?
Dessa forma, o câncer é uma palavra para definir um conjunto de mais de cem doenças diferentes, caracterizadas pelo crescimento descontrolado de células e surgimento de um novo tecido (neoplasia) no órgão, formando um inchaço (tumor). Cada um desses tipos e sub-tipos de câncer traz em si outras características que os fazem únicos, tais como o órgão em que crescem, o tipo de célula que fugiu do controle, o local onde esse grupo de células se encontra ou o mecanismo de controle de proliferação que a célula escapou. Portanto, buscamos opções de tratamento que possam agir nas características exclusivas das células que compõe o tumor, não nos limitando nas células em divisão.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Inovando a inovação *

Para que a inovação possa realmente acontecer são necessários diversas etapas, desde a concepção da ideia até a sua chegada ao mercado. Portanto, inovação é um processo longo e dispendioso. Apesar de investimentos em pesquisa e desenvolvimento ser ainda fraco no cenário brasileiro, tem se observado melhoras nesse quadro ao longo dos anos.

A Inovação Aberta apresenta uma série de técnicas que podem ajudar a cadeia de pesquisa e desenvolvimento e com isso inovar a inovação. Existem diversos tipos de inovação, que dependem do uso que se faz da tecnologia. Sob este ponto de vista, não é a tecnologia que importa, mas sim, o uso que se faz dela. E para quem trabalha em laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, muitas vezes não é possível prever o uso que será feito da tecnologia. Dessa forma, não basta ter apenas um portfólio de produtos inovadores, mas também é necessário um modelo de negócio inovador para vender esses produtos, fazendo essa a ideia central da inovação aberta.

Atualmente contamos com ferramentas poderosas para auxiliar o processo de inovação. O ambiente em rede permite que os locais de desenvolvimento de novos produtos ultrapassem as fronteiras internas e alcance informações sobre o uso esperado da tecnologia por parte dos clientes antes mesmo do produto chegar ao mercado. A colaboração do usuário passa a ser de extrema importância dentro do processo da pesquisa. Outro fator importante está nos recursos humanos que participam da pesquisa. O desenvolvedor está inserido em múltiplas redes e a interação entre esses diversos círculos também afeta a cadeia de pesquisa. Pode-se aproveitar as ideias de diversas instâncias a fim de tornar o produto final viável.

Esse processo de metainovação permite uma maior chance de rentabilidade dos resultados da pesquisa e que os produtos desenvolvidos encontrem espaço no mercado. Além disso, auxilia no bloqueio de projetos que potencialmente são um fracasso e evita o engavetamento de invenções potencialmente importantes.

* CHESBROUGH, H. Inovação Aberta: Como criar e lucrar com a tecnologia. Porto Alegre: Bookman, 2012.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Pense globalmente, atue massivamente

A solução que Bill Gates defende para os problemas do mundo é inovação. Em um texto publicado recentemente na revista Wired, o bilionário americano conta como resolveu investir no que ele chama de "Filantropia Catalítica" e como isso pode ser um incentivador da inovação. Ele compara a filantropia como investimento em mercado, com a diferença que o investidor, não recebe os benefícios diretamente. Para isso ele propõe duas saídas: 1) Diminuir o vão dos avanços tecnológicos entre ricos e pobre (acelerando o processo de transferência de tecnologia) e 2) Usar as nossas melhores mentes para encontrar soluções que pessoas no mundo pobre enfrentam. Claro que não é uma tarefa simples e ele é capaz de reconhecer os desafios. Entretanto, como todo investimento, é destacado a importância de se encontrar um ponto de equilíbrio, ou seja, para cada centavo financiado ou hora de esforço aplicada é preciso ter centenas ou milhares de vezes mais em retorno.

Encontrar esse ponto de equilíbrio não é uma tarefa simples. Uma das formas de se fazer isso é olhar para problemas que os mercados e até mesmo governos não estão prestando muita atenção. Frequentemente as soluções para os problemas mais simples estão justamente na direção que não estamos olhando neste momento. Isso permite conhecer melhor as condições que estamos e traçar um plano para onde queremos chegar. Outra técnica para investir é adotar novas abordagens para problemas negligenciados. Esses problemas eles são conhecidos, porém não solucionados. A resposta para essas questões pode estar em adotar uma maneira diferente de abordar o problema. Não podemos solucionar os novos problemas com a mesma maneira de pensar que geraram estes problemas.

O autor coloca inúmeros exemplos de ajuda que a fundação dele tem feito. Traz ainda um objetivo de financiar várias ideias, tendo em vista que muitas irão falhar. O importante neste ponto é compreender e contabilizar as perdas, aprender com os erros, e premiar os acertos. Vale destacar também que não são apenas governos que devem entrar neste processo, mas também empresas e novos modelos de negócio, pois são a partir deles que surge o processo de inovação. Não foi à toa que Jon Stuart do Daily Show chamou ele "Batman".

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Falhou

Saudações aos navegantes que por aqui param 'por acaso'. Recentemente eu concluí um curso em propriedade intelectual e por essa razão não tenho canalizado muito o meu conhecimento por aqui. Pretendo voltar a escrever mensalmente neste blog em breve.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Pessoas criativas devem parar

Algumas vezes você se depara com um problema e pensa em uma solução. Daí você diz: “Nossa, como ninguém fez isso antes?”. O próximo passo seria apresentar essa ideia para alguém e ver como ela pode ela pode ajudar. Mas na verdade nem sempre é isso o que acontece. Muitas vezes a ajuda é tão desmotivadora que muitas pessoas têm um enorme receio de apresentar a ideia ou mesmo perguntar as dúvidas para solucionar os problemas. Então por que agimos como se pessoas criativas devem ser paradas? Veja abaixo alguns pontos que foram estudados*:

1. A ideia morre por que não é uma grande ideia e você não consegue pensar em outra solução melhor. Nosso senso de autocrítica é tão grande que perdemos a coragem de por a ideia em prática.

2. A ideia míngua porque seu grupo de trabalho a crucifica sem piedade e sem medo de fazer isso em público. O receio de receber uma crítica negativa em torno do nosso trabalho dificulta a nossa percepção de como podemos melhorar.

3. A ideia afoga em sua própria organização que tem um sistema adverso ao risco. Todo empreendimento tem riscos inerentes e frequentemente nem todos os envolvidos estão dispostos à os aceitar da mesma maneira que o idealizador.

4. A ideia sofre uma emboscada por competidores ou clientes no seu mercado que são ameaçadas por ela. Como a competição é intensa, a sua ideia não será apenas criticada, mas pode sofrer com outras ideias que surgirão melhores que a sua ou até mesmo roubadas.

5. A ideia é esgotada por uma sociedade que é muito regulada (burocracia) até que ela seja insignificante. Um mercado excessivamente regulamentado aumenta a quantidade de trabalho a ser feito para concretizar a ideia. Assim a ideia acaba sendo colocada de lado, pois são muitas as exigências para cumprir as normas.


6. A tecnologia existente para tornar a ideia disponível desafia o próprio conhecimento e se torna inviável. Durante o processo de idealização tudo é possível, porém o estado atual da técnica é que vai viabilizar a disponibilidade da ideia.
"Sua proposta é inovadora. Infelizmente, nós não poderemos usa-la porque nós nunca tentamos algo como isso antes."
Gosto de pensar que toda ideia, por mais maluca que ela possa parecer, tem uma fundamentação e pode se tornar realidade. Alguns dos pontos que fazem o processo de inovação morrer foram citados para que se possa ter uma previsibilidade de quando e como isso vai acontecer e assim tentar contornar os problemas que são inerentes da inovação.

* OWENS, D. A. Creative People Must Be Stopped: 6 Ways We Kill Innovation (Without Even Trying). Jossey-Bass Ed., 2011.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Progressão de Valores

tendência que norteia a evolução dos sistemas empresariais é através da Progressão de Valor das Ofertas. Se você extrai commodity vai ter que inovar fornecendo “bens”. Se fornece “bens” terá de prestar “serviço”. Se presta “serviço”, terá de fornecer “experiências”.
A progressão do valor das ofertas*.
Para ilustrar essa ideia, pense no seguinte exemplo (não tem nada a ver com uma empresa): um bolo de aniversário. Antigamente uma festa de aniversário era centrada num bolo (feito de farinha, ovos, fermento, leite, manteiga... O talento estava em quem agregava valores a essas commodities e fazia um bolo saboroso). Hoje, a festa é um experiência multissensorial, e o bolo é apenas um simbolismo. Do bolo artesanal evoluiu-se para um “bem”: a massa semipronta. Depois para um “serviço”: a compra do bolo por telefone e entrega em casa. Daí para uma experiência: a compra da festa em si com tudo incluído (salão, música, decoração, bebidas, doces, ambientação...). O bolo eles dão de graça para manter a tradição, pois bolo não dá dinheiro.

Portanto, tenha sempre em mente que tipo de produto ou serviço está oferecendo. E que tipo de experiência será proporcionada ao cliente. O valor que o cliente está disposto a pagar será determinado com base nessa experiência e assim, a experiência proporcionada pode diferenciar o seu negócio e inovar no modelo.

* NOBREGA, C.; LIMA, A. R. INNOVATRIX - Inovação para não gênios. Rio de Janeiro: Editora Agir Negócios, 2010.