Os seres humanos, assim como outros mamíferos, são feitos de células. As células de nosso corpo crescem e se dividem num processo proliferação desde o início de nossas vidas até o último suspiro. Sabe-se que existem diversos mecanismos de controle deste processo. A importância desse controle se dá a medida que as células proliferam e diferenciam em células especializadas para formar nossos órgão, como o cérebro, células do sangue e da pele. Eventualmente, um grupo de células foge desse controle e começa a proliferar indefinidamente. Isso é o que nós chamamos de câncer.
O contato entre as células em crescimento e divisão gera uma restrição mecânica que serve de controle para a proliferação. Eventualmente, pode surgir dentro de nossos tecidos, um grupo de células capazes de ultrapassar essa restrição mecânica e assim proliferar indefinidamente. Descrever esse fenômeno nos auxilia a encontrar características únicas na proliferação de cada tipo celular.
Células em cultura foram fixadas e marcadas com o núcleo (azul) e proteína de membrana no contato célula-célula, e-caderina (vermelho). Melanoma metastático cercado por células de queratinócitos, não expressa e-caderina. Como as células de melanoma proliferam indefinidamente, apesar das restrições mecânicas impostas pelas céluals normais? |
Dessa forma, o câncer é uma palavra para definir um conjunto de mais de cem doenças diferentes, caracterizadas pelo crescimento descontrolado de células e surgimento de um novo tecido (neoplasia) no órgão, formando um inchaço (tumor). Cada um desses tipos e sub-tipos de câncer traz em si outras características que os fazem únicos, tais como o órgão em que crescem, o tipo de célula que fugiu do controle, o local onde esse grupo de células se encontra ou o mecanismo de controle de proliferação que a célula escapou. Portanto, buscamos opções de tratamento que possam agir nas características exclusivas das células que compõe o tumor, não nos limitando nas células em divisão.